terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Era uma vez...


              Era uma vez uma história de amor. Eles envolveram-se, apaixonaram-se e construíram uma relação muito depressa. Tornaram-se amigos, namorados e praticamente foram viver juntos num abrir e fechar de olhos. Ela sentia que ele adorava a companhia dela e apesar de não ser um romântico por natureza, foi-lhe fazendo surpresas inesquecíveis e principalmente no dia a dia, ela sentiu desde cedo, nos gestos mais pequenos, que ele queria construir uma relação sólida e estável. Parecia querer que ela partilhasse completamente a vida dele e fazia sentir-se muito feliz! Ela sentia que não se podiam entender melhor - as discussões eram pontuais, muitas vezes com sentido de humor, e resolviam-se rápido, sem grandes alaridos. Ele sempre teve o tempo muito ocupado, mas sempre conseguiram conciliar muito bem as coisas, pelo que não sentia a ausência dele. Aos poucos, ele começou a ficar mais tenso e mais fechado. Queria estar sozinho, queria afundar-se no sofá com o computador e a Sport Tv. Ela via aquilo como sinal de uma depressão e puxava por ele, para o fazer aproveitar o dia de sol que estava lá fora. Ele culpava-a por lhe querer tirar o prazer de ficar em casa. 

                 Ela sentiu que ele andava mais tenso e, de um momento para o outro (ou foi assim que lhe pareceu), ele disse-lhe que não conseguia ser o namorado dela neste momento. Disse-lhe que não tinha dúvidas do que sentia por ela, mas que tinha muitas responsabilidades, que não conseguia estar à altura das obrigações de uma relação neste momento. Ela ficou muito confusa, não conseguiu entender se aquilo era uma despedida ou se era um sinal de que precisavam de estar mais afastados por um tempo, até voltar tudo ao normal. Ele próprio parecia não ter a resposta. Ela gostava muito dele e sentia que ele continuava a gostar dela também da mesma forma. Quis tentar dar-lhe algum espaço e deixar que o tempo lhe trouxesse respostas mais definitivas. Os dias foram passando e ela foi tendo mudanças de humor e pensamentos contraditórios... Às vezes sentia que tinha que lhe fazer ver que não fazia nenhum sentido afastarem-se, que eram tão felizes juntos e que este não era um motivo para pôr fim a uma relação que ainda tinha tanto pela frente, que o stress dele era mais uma razão para a ter do lado dele, para lhe dar o apoio que sempre deu. Outras vezes, sentia-se tão magoada pela atitude dele, que tinha vontade de se afastar completamente, porque não podia estar com alguém que abdicava assim do que tinham por uma razão externa aos dois! 

                 A história continua sem um fim e ela está a perder as esperanças de voltar a viver aquele amor. Sente que está a perder alguém com quem partilhou tanto da sua vida, com quem queria partilhar muito mais e com quem sente que havia muito mais pela frente. O olhar dele estava diferente na última vez que estiveram juntos e ela detestou sentir que a presença dela já não o fazia sorrir da mesma forma. Recentemente, houve pessoas que a fizeram sentir-se tão especial que ela percebeu que só podia estar com alguém que a fizesse sentir-se pelo menos assim! Neste momento, começa a ter dúvidas de que ele seja essa pessoa.


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